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Iniciativa transforma o futuro dos idosos no interior de Minas Gerais

Projeto em Carmo do Cajuru fortalece o cuidado integral e afetivo aos idosos por meio de doações mensais e voluntariado vicentino

Escrito por Redação SSVP

12 DEZ 2025 - 09H00 (Atualizada em 12 DEZ 2025 - 11H24)

As "Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira", tema em destaque no ENEM deste ano, levantou debates importantes sobre a realidade de milhares de idosos que vivem sem suporte familiar. Entre as reflexões apresentadas pelos estudantes, chamou atenção a redação de um jovem, integrante de uma família vicentina, ao destacar que muitos idosos “não são bem acolhidos no âmbito familiar” e acabam tendo como destino as Instituições de Longa Permanência.

A fala ecoa diretamente o cenário vivido em diversas obras vicentinas pelo país, onde o cuidado aos idosos é presença diária, especialmente àqueles que chegam sozinhos, fragilizados ou sem vínculos familiares ativos. Para além da reflexão, na SSVP o tema se transforma em prática concreta: acompanhamento próximo, visitas, apoio emocional e espiritual, convivência e parcerias para que ninguém envelheça sem afeto.

Um dos exemplos dessa resposta é o trabalho desenvolvido pelo SOS Vila Vicentina, projeto que atua dentro da Instituição de Longa Permanência da SSVP em Carmo do Cajuru/MG. Para compreender como esse cuidado se materializa, conversamos com Poliana Lopes Barbosa, responsável e mensageira do projeto, e com Amanda Camargos Rabelo, voluntária e vicentina.

Quando a realidade encontra a missão vicentina

Poliana explica que grande parte das ILPIs vicentinas atendem idosos de baixa renda ou sem família, e que muitos chegam com benefícios comprometidos ou até mesmo sem renda suficiente para custear suas necessidades básicas. “Com o aumento dos preços e da demanda, a instituição percebeu a necessidade de uma fonte estável e previsível de renda”, conta.

Foi assim que nasceu o SOS Vila Vicentina, uma iniciativa criada para garantir uma base contínua de doadores mensais. O objetivo principal, segundo Poliana, é claro: “assegurar condições para manter cuidados essenciais e garantir dignidade e qualidade de vida aos moradores.”

O projeto hoje atua em Carmo do Cajuru, beneficiando 43 idosos diretamente, por meio de contribuições mensais via PIX, recolhimento em domicílio e parceria com o serviço de água e esgoto da cidade. Uma estrutura que, além de oferecer apoio financeiro, aproxima voluntários e comunidade dos idosos, fortalecendo vínculos e promovendo convivência.

A juventude que se aproxima, escuta e transforma

Para Amanda, que cresceu visitando a Vila Vicentina e encontrou no projeto uma forma de servir com sua profissão, o primeiro contato com a realidade do abandono é sempre marcante.

“Dá um aperto no coração ver um idoso chegar ao lar de maneira tão introspectiva, silenciosa, quase sem qualquer contato ou afeto”, relata. Mas o que mais a emociona é acompanhar o processo de transformação quando chegam ao lar:

“Na Vila, eles passam a conviver com outros idosos, recebem visita de pessoas que criaram laços com a Vila e começam a sentir novamente esse cuidado, esse tempo dedicado a eles. Não substitui a família, claro, mas devolve convívio, carinho e sensação de pertencimento. E isso transforma.”

Como publicitária, Amanda contribui produzindo conteúdos que mostram a rotina e o impacto das doações. No Natal, por exemplo, ela e Poliana realizaram uma campanha pedindo conselhos dos moradores para os mais jovens. Histórias como a de Dona Maria José, que aconselhou sobre paciência, e a do Sr. Anésio, que brincou dizendo que suas piadas eram “para maiores de 90, acompanhados dos pais”, revelam o quanto o encontro intergeracional gera troca e sentido.


Amanda conta que saiu dessa visita transformada: “quando cheguei em casa cansada, lembrei do conselho dele. Decidi praticar uma atividade física, cuidar da minha saúde, realmente viver minha juventude.”

A importância do cuidado contínuo

Para Poliana, o maior impacto do SOS é a segurança no cuidado diário. “As doações mensais permitem garantir alimentação, medicamentos, fraldas, higiene, equipe de cuidadores e um ambiente limpo e acolhedor”, afirma. Mais do que recursos, o projeto representa qualidade de vida.

O desafio, segundo ela, é sensibilizar a comunidade. “Muitas pessoas acreditam que pequenas doações não fazem diferença, quando na verdade são justamente as menores e constantes que mantêm o projeto vivo.”

E o que a move a continuar? “Ver no dia a dia o quanto esse apoio transforma vidas. Cada contribuição mensal se reflete em mais segurança, mais dignidade e mais qualidade de vida para idosos que muitas vezes não têm outra rede de apoio.”

Como ajudar?

Poliana reforça que qualquer contribuição faz diferença. As doações podem ser realizadas através do pix - [email protected] - ou também podem ser recolhidas em casa ou vinculadas à conta água do município (SAAE). Os interessados podem entrar em contato com o WhatsApp - (37) 99855-5865 - para obter mais informações.

“O importante não é o valor da doação, mas o coração de quem decide fazer parte dessa corrente de carinho.”


Além do apoio financeiro, o projeto recebe voluntários para mobilização de doadores, eventos solidários, comunicação e ações presenciais.

Juventude que acolhe é juventude vicentina

A mensagem que Amanda deixa é direta: “tenha coragem de dar o primeiro passo. O voluntariado transforma, a vida dos idosos e a nossa.”

Poliana completa lembrando que os jovens têm papel decisivo no cuidado à população idosa: “para a SSVP, a juventude não é apenas o futuro, é o presente ativo da caridade. Ser jovem vicentino é escolher amar, servir e proteger quem veio antes de nós.”

Entre abandono e cuidado, a juventude vicentina responde com presença, escuta e afeto. E enquanto o país envelhece, a SSVP segue abrindo portas e corações para que nenhuma velhice seja vivida em solidão.

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