Código Personalizado
Seu Site
Notícias

Dia do Idoso: quando um lar salva vidas

Lares da SSVP acolhem, dando amor, qualidade de vida e resgatando a dignidade de seus internos.

Escrito por Marina Prado

01 OUT 2025 - 12H22

Neste Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional da Pessoa Idosa, a SSVP tem motivos para se preocupar com a realidade vivida pelos integrantes desta faixa etária no Brasil, mas também motivos para se orgulhar do trabalho realizado em seus mais de 470 lares espalhados pelo país. De acordo com dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), nos primeiros meses de 2025, o número de casos de violência contra idosos no Brasil aumentou 38%, com mais de 65 mil denúncias registradas. O número chama atenção e reforça um cenário alarmante, pois muitos idosos são vítimas de abusos em suas próprias casas. E são vários tipos de abuso: físicos, emocionais e financeiros, além de abandono. Enquanto muitas pessoas imaginam os lares de idosos como um “depósito de gente”, a SSVP caminha em sentido oposto, acolhendo, dando amor, qualidade de vida e resgatando a dignidade de seus internos.

Prova disso é seu A, S., de 75 anos, morador do Lar São Vicente de Paulo de Macaubal, no interior de São Paulo. Com uma história de vida sofrida, vítima de constantes abusos emocionais, físicos e até financeiros, ele chegou ao lar em 2 de julho deste ano e, em menos de três meses, sua mudança de vida já é gritante para quem o conheceu ao chegar. Ele terá seu nome preservado nesta matéria, o que não diminui a importância do relato.

Morador de Planalto Alto, também no interior de São Paulo, seu A. trabalhou anos em uma fazenda e sofreu um acidente de trabalho e, sem auxílio dos patrões, teve cegueira total há 13 anos. Ficou viúvo e foi morar com um familiar em Brejo Alegre/SP. Lá, começou a ser maltratado de várias maneiras, como ele mesmo conta: “Minha vida era uma ‘desgrama’, eu acordava às 4h, me colocavam debaixo de um pé de manga e lá eu ficava. Quando ia ao banheiro, era sendo maltratado fisicamente e tinha dias que nem água bebia direito e tinha uma péssima alimentação. Um familiar fez meu reconhecimento facial no aplicativo do banco pelo celular e fez empréstimos, seguro de vida no meu nome e, por isso, eu não tinha dinheiro nem para comer uma paçoca”, conta ele, que hoje, devido a esse golpe financeiro da neta, recebe somente R$ 600,00 por mês de seu benefício.

Os maus-tratos chegaram ao conhecimento da prefeitura de Brejo Alegre, que denunciou a família ao Ministério Público, onde o processo ainda corre. Como há parceria com o Lar Vicentino de Macaubal, foi solicitada uma vaga para seu A. “Prontamente atendemos esse pedido e fomos visitá-lo. O encontramos sentado em frente à sua residência, embaixo de uma árvore. Não fomos convidados a entrar em sua moradia. Constatamos que o idoso em referência estava com uma aparência apática, com certo ar de cansaço, entretanto, limpo e asseado. A casa era cedida por terceiros e ele morava com a neta em um local que tinha uma sala/cozinha, um quarto e um banheiro, em estado precário de conservação, com um pequeno quintal sem pavimentação. Para agravar a situação, a casa havia sido pedida pelo dono e ele teria que desocupá-la imediatamente. O recebemos no dia 2 de julho, desconfiado, mais magro, triste, abalado emocionalmente, em condições precárias de higiene, com roupas surradas e poucos pertences. Através de estudo realizado com a equipe técnica do lar, constatamos que ele sofreu violência física, psicológica e financeira”, lembra a coordenadora do lar, Tamires Cristina de Paula Padoan.

E ele foi acolhido com todo o carinho do mundo pelas “meninas”, como ele chama as funcionárias do lar. “Ele começou o tratamento com a psicóloga, está cuidando da parte emocional e hoje já está bem mais feliz, voltou a sorrir, socializa com os outros idosos. Também já ganhou massa magra, graças às sessões de fisioterapia, está andando melhor. É nítida toda a melhora que ele teve nesses quase três meses”, comemora Tamires.

E não são apenas “as meninas” do lar que comemoram as mudanças tão significativas em tão pouco tempo: seu A. festeja a nova vida. Ele passou a participar das atividades do lar, apesar da cegueira, e adora ouvir as notícias no rádio. Coisas simples, que antes eram inimagináveis devido à vida que levava: isolado, maltratado e sem amor.

Devido aos constantes e variados abusos que sofria, seu A. recusa-se a manter qualquer tipo de relacionamento com seus familiares, tendo nos moradores do lar e nos funcionários sua nova e verdadeira família, um círculo onde encontrou acolhimento, amor e respeito. “Eu estou muito feliz, bem tratado, as meninas são muito legais, tenho boa alimentação, não tenho do que reclamar. Eu sou muito feliz. Eu estava no inferno e agora estou no céu”, finaliza.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Marina Prado, em Notícias

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.