À luz do Tempo do Advento e do Ano Jubilar da Encarnação, o Padre Tito Marega, dos Religiosos de São Vicente de Paulo, apresenta uma reflexão profunda sobre a presença de Cristo na “carne dos Pobres”, tema central da espiritualidade vicentina e da vivência concreta do Evangelho. Inspirado na liturgia, na tradição da Igreja e nas palavras do Papa Francisco, o padre convida cada cristão a redescobrir, neste Natal, o mistério do Deus que se faz carne e habita entre nós, especialmente nos mais vulneráveis. A seguir, confira a reflexão completa.
Entramos no Advento, na etapa final do Ano Jubilar da Encarnação do Filho de Deus, como Peregrinos de Esperança. A oração coleta da missa do 1º Domingo do Advento nos coloca, de maneira bem clara, qual é o espírito que deve nos guiar nesse tempo litúrgico: “Ó Deus, concedei aos vossos fiéis o ardente desejo de acorrer com boas obras, ao encontro do Cristo que vem, para que, colocados à sua direita, mereçam possuir o Reino celeste.”
“Pela sua Encarnação, Filho de Deus uniu-se a cada pessoa humana”, diz o documento do Concílio Vaticano sobre a missão da Igreja no mundo de hoje. Diz o Papa Leão XIV, na sua recente Exortação Apostólica Dilexi te: “Para nós, cristãos, o quesito dos Pobres remete-nos à essência da nossa fé. A realidade é que, para os cristãos, os Pobres não são uma categoria sociológica, mas a própria carne de Cristo.”
Com efeito, não basta limitar-se à enunciação genérica da doutrina da Encarnação de Deus. Para entrar verdadeiramente neste mistério, é preciso especificar que o Senhor se faz carne, que tem fome e sede, que está doente, na prisão.
“A Igreja pobre para os Pobres começa pelo dirigir-se à carne de Cristo. Se nos firmamos na carne de Cristo, começamos a compreender o que é essa pobreza, a pobreza do Senhor. E isso não é fácil!” (Papa Francisco)
“O amor aos Pobres é um elemento essencial da história de Deus conosco” e irrompe do próprio coração da Igreja como um apelo contínuo ao coração dos cristãos. Enquanto corpo de Cristo, a Igreja sente como sua própria “carne” a verdade dos Pobres (Dilexi te).
Esses textos tão fortes nos fazem clara alusão ao nascimento de Jesus: Deus Conosco, fazendo-se carne da nossa carne. O mesmo Jesus que, no julgamento final, vai nos dizer: “Eu tive fome, eu tive sede… o que você fez ao menor dos meus irmãos foi a mim que você o fez.” (Mateus 25, 31-46)
Estamos no coração do nosso carisma vicentino. Semanalmente, na visita à casa dos Pobres, estamos alimentando o ardente desejo de ir ao encontro de Cristo neste Natal, celebrado na liturgia festiva e reconhecido, acolhido, “visitado na ‘carne’ dos Pobres”, que assistimos com amor e carinho.
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