Na SSVP, sempre falamos sobre promoção dos assistidos, resgatar a dignidade, ir para águas mais profundas, ensinar a pescar! Mas, muitas vezes, ainda há quem pense que isso se resume apenas à entrega de uma cesta básica ou à realização de Projetos Sociais. Mas não é só isso. A verdadeira promoção humana pode acontecer de mil maneiras!
Quando os vicentinos ousam pensar além, quando enxergam além das dificuldades imediatas e se conectam com as diversas possibilidades, tudo se transforma. Estar atento, conhecer as leis sociais, entender os direitos de quem mais precisa e ensinar e acompanhar nossos assistidos na batalha para consegui-los — isso também muda vidas! (Por isso, temos a nossa Coluna de Políticas Públicas no Boletim: para informar, capacitar e inspirar.)
Queremos compartilhar duas histórias que são verdadeiras lições de esperança. Elas mostram como um olhar acolhedor, uma escuta sensível e um pouco de conhecimento podem ser a chave para transformar realidades. Porque, no fim das contas, o que realmente importa é o impacto que deixamos na vida daqueles que mais precisam. Prepare-se para se emocionar!
O mover para a vida
Adriana de Fátima Oliveira, moradora de São Paulo/SP, trabalhava como auxiliar de limpeza, como terceirizada em uma escola pública da cidade, quando, em 2019, sofreu um acidente de trabalho, perdeu o dedo mínimo do pé direito e teve que se afastar. Depois de um ano após o retorno às suas atividades, ela foi mandada embora e ficou desempregada. Morava sozinha naquela época e contava com a ajuda da irmã Angélica e da vizinha Dona Antônia para se manter. “Foram tempos difíceis e, como eu já tinha diabetes, a situação piorou e, em 2021, tive que amputar a perna, um pouco para baixo do joelho, o que complicou ainda mais a minha situação”, lembra.
Um dia, em uma das poucas saídas de casa com a irmã, a história de Adriana cruzou com a dos vicentinos da Conferência Santo Antonio de Lisboa. Ela passou na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, onde a Conferência funciona, para pedir alimentos, e lá encontrou a Secretária da Unidade Vicentina, Giovana Souza Moreira, que a atendeu e a encaminhou para a triagem de assistidos.
“Programamos uma visita e constatamos que a Adriana tinha direito a receber aposentadoria por invalidez e também a possibilidade de conseguir uma prótese na AACD. Imediatamente procuramos orientá-la em como conseguir estes benefícios e a ajudamos em todo o processo, inclusive na hora dela descobrir o banco onde seria depositado o benefício. Já recebendo a aposentadoria, ela abriu uma venda de biscoitos e doces em sua casa”, conta o Confrade Sergio Luiz Azevedo Resende, presidente da Conferência.
Passado isso, a Conferência foi atrás de resolver a questão física de Adriana, orientando-a e a acompanhando no processo de ingressar na AACD para atendimento e obtenção da prótese. Os vicentinos usaram aí, como no caso do INSS, todo seu conhecimento e força de vontade para ir além da cesta de alimentos.
Adriana conseguiu a vaga na AACD, a fisioterapia e a prótese. “Eu não sabia por onde começar. Fiquei sem chão depois da amputação. Não sabia da aposentadoria, não sabia que poderia voltar a andar normalmente com uma prótese. Os vicentinos foram anjos, me auxiliaram. Hoje tenho uma vida nova. Trabalho na vendinha de doces com a minha irmã, o que me gera renda a mais. Só tenho que agradecer, porque não me deram só o alimento, mas apoio emocional, oração, independência, a vida de volta. Hoje me sinto muito mais forte e feliz”, define ela, que irá completar em junho seus 50 anos e deixou de ser assistida pela Conferência em maio deste ano, mas seguirá sendo amiga da Conferência.
Lar doce lar
O jovem Matheus Souza dos Santos, de 24 anos, não sabia exatamente o que era ter um lar. Aos seis anos foi para uma casa de acolhimento infantil em Paracatu/MG, e depois de anos, tentou retornar para o convívio familiar, não sendo possível. Ele retornou ao abrigo, época em que também perdeu a mãe, e aos 19 anos, foi para a Residência Inclusiva da SSVP, que acolhe pessoas com deficiência de 18 a 59 anos.
Matheus tem uma deficiência intelectual moderada, que gerava atraso no aprendizado, mas não impedia de realizar tarefas ou buscar independência. “Ele chegou muito quietinho. Incentivamos Matheus a se integrar, fazer amigos. Eu sempre falava para ele socializar e, com o tempo, isso aconteceu. Ela já estudava na APAE, fez um curso de eletroeletrônico e já tinha emprego”, conta a assistente social da Residência, Domingas Maria Andrade Moreira, a Pretinha.
O olhar atento dos profissionais e diretores da Obra Unida levou a um projeto especial para Matheus: a compra da casa própria. “Como ele tinha carteira assinada, a gente o incentivou a pensar no futuro, de sair da instituição. Não tinha porque ele esperar envelhecer aqui. Propusemos a ele, não cobrar a taxa de manutenção do Abrigo e poupar o salário para comprar uma casa. Achamos a casa, negociamos junto Matheus e ele conseguiu comprar com suas economias o seu futuro lar, no valor de R$100 mil”, lembra Pretinha.
Matheus recorda que ter sua casa era algo desejado desde a morte da sua mãe, mas estava bem distante. “Eu gostava de gastar meu salário com colar, anel, roupa, sapato. Mas a Pretinha me mostrou que não precisava ser assim e eles me ajudaram a economizar”, diz.
Com a casa comprada, estava na hora pensar com ele a questão do mobiliário e dos equipamentos do lar. “Foram mais meses de economia e ele conseguiu comprar tudo, sempre com o nosso auxílio. Esse simples planejamento o permitiu comprar a casa, o mobiliário e ainda ter um saldo de mais de R$ 10 mil na conta quando se mudou daqui”, comemora Pretinha.
Hoje Matheus é só felicidade. “Estou feliz demais da conta na minha casa. É a melhor coisa que me aconteceu. Não existe nada melhor do que a gente ter as nossas próprias coisas, conseguir comprar. Hoje tenho minha casa, meu lar. Meu. Sem os vicentinos e o abrigo eu não teria nada disso”, celebra Matheus.
De casa nova e desligado da Obra Unida desde agosto de 2024, Matheus ainda faz questão de visitar quase diariamente os amigos e profissionais da Residência Inclusiva. “Lá podia não ser minha casa própria, mas foi meu lar. Lá estão as pessoas que gosto. Meus amigos”, finaliza.
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