Como faz todos os anos, o Superior-geral da Congregação da Missão (CM) já divulgou a mensagem do Tempo do Advento. Padre Tomaž Mavrič administra atualmente a ordem fundada por São Vicente de Paulo e, por isso, é considerado o sucessor do santo. Na mensagem direcionada a toda a Família Vicentina (FV), o padre afirma que o Advento é um presente para todos os cristãos.
O advento começou neste domingo, 27 de novembro. É um tempo de preparação para a festa do Natal. Nas celebrações, usa-se uma coroa com quatro velas, que são acesas a cada domingo.
Confira a mensagem do padre Tomaž:
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Roma, 18 de novembro de 2016
A todos os membros da Família Vicentina
Queridos membros da Família Vicentina,
Que a graça e a paz de Jesus estejam sempre conosco!
Cada tempo do ano litúrgico é um dom para nós. O tempo do advento é um presente que Deus nos oferece.
“A Encarnação” é um dos mistérios centrais da espiritualidade de São Vicente de Paulo. Todo o Advento, assim como o Natal e seu tempo litúrgico centram sua mensagem no mistério da Encarnação.
A Encarnação significa que Deus se fez homem. Deus se faz ser humano como nós. Deus se abaixa a nosso nível. Deus se identifica com cada pessoa individualmente, desde o começo da humanidade até o final do mundo.
Jesus encarna-se cotidianamente, uma e outra vez, em todos os rincões do mundo. Em cada concepção, no começo de cada vida humana, Jesus se encarna novamente. Por conseguinte, a presença real de Jesus na pessoa humana, sua Encarnação, deve ser reconhecida em cada período da história humana, em todos os âmbitos do desenvolvimento humano: a fé, a cultura, a ciência, a educação, a política etc.
Este Jesus que foi concebido, que nasceu, que sofreu, que morreu e ressuscitou entre os mortos, vive “AQUI E AGORA”; tem sede e deseja voltar a ser descoberto por nós, para renovar e aprofundar nossa proximidade com Ele, nossa amizade, o amor entre Ele e eu.
São Vicente de Paulo nos deixou em seus escritos, entre outros, os seguintes pensamentos sobre a Encarnação:
E porque, segundo a Bula de fundação de nossa Congregação, devemos venerar de uma maneira especialíssima os inefáveis mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação, procuraremos cumpri-lo com o maior cuidado e de todos os modos que possamos, mas principalmente cumprindo estas três coisas: 1) Fazer frequentemente e no íntimo do coração atos de fé e de religião sobre esses mistérios. 2) Oferecer todos os dias em sua honra algumas orações e boas obras, e especialmente celebrar suas festividades com solenidade e com a maior devoção que nos seja possível. 3) Fazendo tudo que for de nossa parte para que, por meio de nossas instruções e bons exemplos, esses mistérios sejam conhecidos e venerados por todos os povos. (Regras comuns da Congregação da Missão, X, 2).
E porque, para venerar perfeitamente esses mistérios, não pode haver meio mais excelente que o devido culto e o bom uso da Sagrada Eucaristia, já a consideramos como sacramento, já como sacrifício, tendo em conta que contém em si como um compêndio dos demais mistérios da fé, e que por si mesma santifica e finalmente glorifica as almas dos que celebram como é devido e dos que comungam dignamente, e desta maneira se dá muita glória a Deus trino e uno e ao Verbo encarnado, por isso em nenhuma coisa colocaremos tanto empenho como em tributar a esse sacramento e sacrifício o culto e a honra devidos e em procurar que os demais lhe tributem a mesma honra e a mesma reverência, e isto procuraremos cumprir com o maior esmero, em especial impedindo, enquanto esteja em nosso alcance, que se cometa contra ele a menor irreverência, de palavra e obra, e ensinando com diligência aos demais o que devem crer sobre este inefável mistério, e como devem venerá-lo (Regras comuns da Congregação da Missão).
O Padre Erminio Antonello, CM, divide conosco a seguinte reflexão:
Enquanto o homem tratava por todos os meios de exaltar-se a si mesmo, tratando de ser “deus”, Deus não teve medo de fazer o caminho inverso e fazer-se homem: não um homem glorioso, mas um menino, desde o começo frágil e ameaçado. São Vicente dizia: “E não vemos também como o Pai eterno, ao enviar a seu Filho à terra para que fosse a luz do mundo, não quis que aparecesse mais que como um menino pequeno como um desses pobrezinhos que vem pedir esmola nesta porta? (SVP XI/3, 263). O que há nos seres humanos para que Deus queira inclinar-se até eles e trocar sua divindade pela humanidade da criatura? Há o amor de um Pai. Há seu desejo de abraçar fortemente a humanidade. Ele sente nossa falta, por assim dizer. Ele quer que renasçamos por seu amor. Pode parecer estranho que Deus sinta falta de nós, suas criaturas e, no entanto, toda a história da salvação nos fala de sua busca por cada um de nós. É a intuição mística o que conduzirá a São Vicente a reconhecer a encarnação contínua de Deus nos Pobres. Ele sentiu em si mesmo a ternura de Deus e, depois de tê-la vivido e experimentado, pode derramá-la sobre o mais pequeno do Reino.
Viver hoje o mistério da Encarnação significa, então, reconhecer a realidade de estar atravessado por esse desejo de Deus (ou seja, é por seu amor que nos busca, cujo nome é Espírito Santo) e confiar nEle. Isso nos faz sair da insignificância da vida. Cada um sente essa necessidade básica, frustrada tão frequentemente: “que se olhe com benevolência”. Este desejo é uma fonte de vitalidade psicológica. Quando fracassa ao encontrar olhares que depreciam e dizem: não vales nada para mim, és um zero insignificante, então nossos rostos se ensombrecem e a vida se enevoa. Agora, qual é o olhar de Deus sobre nós, esse olhar do qual dá testemunho Jesus, o Filho que se fez homem? Ele olha as pessoas com benevolência e quer estabelecer sua morada em cada uma delas. Nesta atitude do Verbo encarnado que se aproxima da humanidade, o que está em jogo é a força vital do encontro amoroso e divino com Deus.
Entramos no tempo do Advento coma certeza de que não estamos sozinhos. Jesus, Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, nosso Fundador, todos os Beatos e os Santos da Família Vicentina nos acompanham no caminho.
Meu pensamento e minha oração acompanham todos os ramos da Família Vicentina e cada membro em particular. Que o caminho do Advento nos traga uma profunda consolação, alegria, ânimo, compromisso renovado, paz e zelo! Que a festa e o tempo do Natal unam nossos corações e nossos espíritos!
Juntos em oração diante do presépio e entregando-nos à Providência, esperamos com uma grande confiança o ano de 2017, 400º aniversário do nosso Carisma comum. Abertos aos “sinais dos tempos”, continuamos caminhando juntos, pois “o amor é infinitamente inventivo” (SVP XI/3, 65).
Desejo-lhes uma feliz festa de Natal e um bom ano de 2017!
Seu irmão em São Vicente,
Tomaž Mavrič, CM
Superior geral
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