Amanhã, 8 de dezembro, celebramos o Dia da Família, ocasião especial para refletir sobre os laços que nos sustentam, nos formam e nos impulsionam a viver o amor cristão no cotidiano. Para a Sociedade de São Vicente de Paulo, essa data ganha um significado ainda mais profundo: dentro das Conferências, os confrades e consócias não são apenas voluntários unidos por um ideal, mas uma verdadeira família vicentina, que reza, trabalha, serve e caminha lado a lado.
Desde os tempos de Antônio Frederico Ozanam e seus companheiros, a SSVP nasceu do encontro entre amigos que decidiram transformar a fé em ação. Hoje, mais de 190 anos depois, esse carisma segue vivo nas reuniões semanais, nas visitas às famílias assistidas e, sobretudo, no cuidado mútuo entre os membros — como irmãos que se apoiam nas alegrias e nos desafios.
Para celebrar esta data, conversamos com duas consócias que vivem intensamente essa experiência: Fabiana Aparecida Goulart Gonçalves de Oliveira, Vice-Presidente da Região 3, Orientadora da CCA Santa Jacinta Marto de Presidente Prudente/SP, e Jaqueline Estéfani Rufino Gomes, de Ouro Preto/MG, Presidente do Conselho Central de Ouro Preto. Ambas partilham histórias que revelam como a Conferência se torna extensão da família de sangue, sustentada pela espiritualidade, pela fraternidade e pela missão comum.
Fabiana conta que a rotina vicentina vai muito além do trabalho de caridade: “gostamos muito de estar juntos, confraternizando, comemorando aniversário… qualquer ‘desculpa’ é válida”, compartilha, lembrando que as amizades são o combustível para perseverar na missão.
Para ela, o apoio mútuo deixa a dimensão fraterna ainda mais clara — em viagens e compromissos do casal na SSVP, amigos da Conferência cuidam dos filhos, levam ao médico e oferecem suporte quando necessário. “É uma segunda família”, diz.
Jaqueline vive experiência semelhante: “a amizade e a fraternidade criam um vínculo que vai muito além do encontro semanal. Na Conferência encontramos apoio nos momentos difíceis, aconselhamento e acolhimento.”
Ela recorda quando um confrade sofreu um acidente e ficou impossibilitado de participar das reuniões. A solução foi simples e cheia de amor: “passamos a nos reunir na casa dele. Era longe, mas ele é importante para nós e decidimos estar juntos também nesse momento.”
“Meus pais fundaram a minha Conferência. Desde que me lembro, vou às reuniões. A Conferência é casa para mim.”, relembra Jaqueline
A fé e o carisma vicentino chegam a muitos corações pela família. Fabiana entrou na SSVP a convite insistente da mãe. “Eu achava que era coisa de velhos, mas fui uma vez e nunca mais saí”, relembra com humor.
Já Jaqueline cresceu dentro deste ambiente de amor ao próximo: “meus pais fundaram a minha Conferência. Desde que me lembro, vou às reuniões. A Conferência é casa para mim.” Hoje, ela celebra a perseverança da comunidade que, unida, conseguiu fortalecer o grupo e chegar a 13 membros ativos, enchendo o coração de esperança.
Nas Conferências, a oração não é formalidade — é encontro entre irmãos e com Deus. Fabiana destaca que rezar junto aproxima e cria confiança: “antes das Ave-Marias colocamos pedidos profundos. Assim fortalecemos as amizades, conhecendo as dores e alegrias que cada família vive.”
Para Jaqueline, a espiritualidade transforma o modo de servir: “a oração é a base. Quando nos unimos em oração, tudo flui mais leve. Sob a intercessão de São Vicente e Ozanam, seguimos firmes no cuidado aos nossos mestres e senhores.”
Ser família dentro da Conferência reflete diretamente no atendimento às pessoas em situação de pobreza. Jaqueline resume com simplicidade e verdade: “vemos as famílias assistidas como parte da nossa família também. Procuramos estar perto, apoiar e incentivar para que busquem o melhor.”
Fabiana reforça que a maior alegria é viver a caridade em grupo: “a entrega de cestas é especial. Passamos a tarde com os assistidos e os vicentinos — é encontro, é amor em movimento.”
No coração da SSVP, cada Conferência é uma casa que acolhe, ensina e transforma — um lugar onde a amizade vira missão e a caridade se torna vida concreta.
Àqueles que pensam em ingressar, Jaqueline deixa um conselho cheio de carinho: “vá de coração aberto. É atender ao chamado, crescer na fé e deixar Deus transbordar através do serviço aos mais necessitados.”
Fabiana reforça que ninguém caminha sozinho, na Conferência, se serve como irmãos, e como irmãos se cresce.
Que o Dia da Família inspire todas as Conferências do Brasil a fortalecer laços, cultivar a oração em conjunto, alegrar-se com os pequenos gestos e permanecer unidas no amor que São Vicente e Ozanam sonharam.
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