Árvore mais importante na história vicentina tem ramificação no Brasil

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Imagem de São Vicente de Paulo colocada à frente do carvalho, em São Carlos

O Centro de Formação Vicentina, em São Carlos (SP), é o habitat de muitas espécies de plantas e árvores. Mas uma delas recebe visitas com reverência e admiração por todos os que conhecem bem as histórias de São Vicente de Paulo e do Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam. Trata-se de um carvalho.

O arbusto é filho da árvore original onde Vicente de Paulo construiu um oratório e rezava, pedindo a intercessão da Imaculada Conceição, em Pouy, no sul da França. Nessa época, ele era um simples pastor de porcos e ovelhas.

A semente da árvore francesa foi trazida ao Brasil pelo padre Edson Friedrichsen (Congregação da Missão-CM), que era o Assessor Espiritual do Conselho Metropolitano de São Carlos. Em 2008, padre Edson fez um curso sobre a Espiritualidade Vicentina na França, e esteve em Pouy, nas propriedades que pertenceram à família de São Vicente.

Diante do carvalho, ele quis recolher landes (frutos) para extrair sementes e doá-las aos Conselhos Centrais vinculados ao Metropolitano de São Carlos. No entanto, foi informado por uma Irmã que trabalhava no local que não seria possível fazer germinar daquela forma. Padre Edson insistiu com a Irmã e ela o deu apenas uma semente germinada, mantida em um copo plástico de água, com um pouco de terra.

Foram muitos os desafios para que a ‘filha da árvore’ original germinasse no interior de São Paulo. Não é permitido transportar sementes e plantas de um país ao outro. Então, para desembarcar no Brasil, padre Edson escondeu a semente dentro de uma caixa de pomada.

Em São Carlos, a semente foi encaminhada aos cuidados do confrade Sebastião Ribeiro da Silva, membro da Conferência Providência Divina. “Eu cuidei da germinação. Sou da roça e estou habituado a cuidar do jardim de minha esposa. Plantei a semente em um vaso. Quando ela brotou, foi replantada no Centro de Formação Vicentina, por ocasião dos 350 anos das mortes de São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac, celebrados em 2010”, conta.

São os responsáveis pelo plantio: o confrade Sebastião, o padre Edson e o confrade Ricardo Ribeiro, então presidente do Metropolitano.

O confrade Sebastião conta com a ajuda de um engenheiro agrônomo para manter a espécie longe de pragas.

 

O carvalho:

– tem 4 metros de alturas

– pode chegar a 12 metros

– só produzirá sementes daqui a 30 anos

– a semente nasce na extremidade de um galho e tem o formato de um coração

A fé sob a copa do carvalho

 

Estudos mostram que o carvalho original de São Vicente tenha entre 700 e 800 anos. Debaixo dele, Vicente repousava e rezava. O espaço era dividido com porcos que se alimentavam das landes, conforme biografia de Vicente, escrita por Calvet.

Muitos peregrinos já visitaram a árvore francesa. Um deles foi Antônio Frederico Ozanam, principal fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP). Ele esteve no local em dezembro de 1952, e escreveu:

“Envio-lhe, querido amigo, uma folha da árvore bendita; ela secará no livro, porém, a caridade não murchará jamais no seu coração…Nessa árvore, eu vi a imagem das fundações de São Vicente de Paulo, que não parecem estar fixas à terra por nada humano e que, não obstante, desafiam os séculos e crescem nas revoluções”Antônio Frederico Ozanam

 

Fonte: revista Boletim Brasileiro, edição setembro/outubro de 2019

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