A Missão Vicentina acontece a partir do trabalho comunitário, humano e espiritual de cada Conferência comprometida com o serviço dos Pobres. Isto supõe dos confrades e consócias servir ao Reino de Deus com um coração de eremita, com uma alma de alpinista, com os olhos de um apaixonado, com as mãos de um médico e com a mente de um rabino. Exige-se uma total imersão na vida de Cristo e completa concentração no significado da vida evangélica hoje, numa presença abrasadora a partir do testemunho da Fé e da Missão Cristã.
A vida missionária hoje, não só como vocação a partir de nossa consagração batismal, mas, sobretudo pelo seu testemunho entre os Pobres, convoca o vicentino para ser uma testemunha do Reino e colocar o Evangelho como valor fundamental no coração da sociedade.
O testemunho da Fé e da Missão exige uma motivação mais profunda que lança suas raízes na experiência de Cristo. É necessária a centralidade de Cristo na vocação vicentina. A verdadeira raiz da vida missionária é, portanto, Cristo, o primeiro a nos amar (1Jo4, 11-19), que nos conquista e se torna o centro de nossa vida. Descoberta tão fascinante que não podemos deixar de gritar ao mundo: só uma coisa é necessária, deixarmo-nos amar por Cristo e tornarmo-nos de tal modo abertos a ponto de acolher a vivência deste amor!
Por isso, o grande risco para os membros da Família Vicentina é perder a força profética da vocação e domesticá-la em favor de um serviço meramente utilitário, reduzindo a utopia à normalidade. O sinal profético do vicentino é antes de tudo viver intensamente a fé, fazer uma experiência profunda de Deus nos Pobres, de forma que ela se torne o projeto fundamental da pessoa e o sinal de uma plenitude de vida por Deus prometida.
O sinal profético em nossa missão deve ser posto de forma compreensível dentro da realidade concreta onde vivemos. Realidade marcada pela luta entre a vida e a morte, entre o Deus verdadeiro e a moderna idolatria que exige de seus “adoradores” o sofrimento dos Pobres. A Família Vicentina deve ir aos lugares onde a vida está sendo ameaçada; e depois “ressuscitá-la”, isto é, promover a dignidade da vida humana.
Isso implica seguir Jesus Cristo na luta crucial contra os poderes de morte; ser sinal do Reino que surge quando são expulsos os demônios da injustiça que provocam a morte; ser testemunha da esperança, acreditando que o Deus de Jesus é fonte de vida; ser testemunha da caridade, lutando para construir uma humanidade que antecipe a justiça e partilha do Reino. Devemos viver em profundidade o dinamismo profético da nossa vocação vicentina para que ela fale alto ao coração dos homens e das mulheres e denunciem as escravidões que cercam a sociedade.
E um dos elementos mais importantes para testemunhar a Fé e a Missão nos dias atuais é a pobreza. A pobreza é reconhecer que Deus é Criador e nós somos criaturas. É Deus quem doa o ter, o fazer e o ser, e nós somos só administradores de seus bens e instrumentos. Pobreza é reconhecer o protagonismo de Deus, em que “nos movemos, vivemos, somos e anunciamos” (At. 17,28). Se tudo é graça de Deus, então nosso “ser” é o reflexo desta graça para os Pobres.
Tudo isso no mundo de hoje exige que a nossa pobreza exprima um novo modo de viver as relações humanas na comunhão dos bens, testemunhando o valor social destes bens e questionando a filosofia da sociedade de consumo e o sistema que massifica e oprime. É preciso viver na hospitalidade e na solidariedade com os Pobres. Por isso, pobreza é também saber expressar a fecundidade da vida no cultivo de relações que humanizam e tornam mais autênticas e felizes a nossa vivência de irmãos e irmãs; percebendo a vontade e os apelos de Deus na Família Vicentina, ao longo dos 400 anos do Carisma.
A Família Vicentina existe por causa dos Pobres e deve apresentar o testemunho incisivo do Evangelho: ensinando ao mundo como uma pessoa precisa de muito pouco para viver e mostrando-lhe as belezas da vida em meio a tanta degradação. Se os Pobres sobreviverem à brutalidade de políticas globais contemporâneas que lhes foram impostas, será porque vislumbraram alguma esperança para o sentido da vida, ouviram uma voz em sua defesa e tiveram mais esperança, novamente despertados para um Deus misericordioso que age também por intermédio da Família Vicentina.
Com a graça de Deus, se o nosso testemunho buscar ser mais autêntico como foi o testemunho de Vicente, Luísa e Ozanam, nestes 400 anos do Carisma Vicentino, pelo menos pessoas mais sensíveis à realidade dos Pobres poderão se comprometer com a causa vicentina. Jamais conseguiremos compreender as contínuas exigências que a presença dos Pobres provocam na vida de um sério seguidor de Jesus Cristo, mas o autêntico testemunho de vida cristã (fé) e o compromisso com os Pobres (missão) tornaram-se mais do que nunca a condição essencial para ser um vicentino!
Padre Alexandre Nahass Franco (Congregação da Missão-CM)
Assessor Espiritual do CNB
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