Cedo ou tarde, todos corremos o risco de nos instalar na vida, procurando o refúgio cômodo que nos permita viver tranquilos, sem muitas confusões nem preocupações excessivas, renunciando a qualquer outra aspiração.
Conseguido já certo êxito profissional, encaminhada a família e assegurado, de alguma forma, o futuro, é fácil deixar-se apanhar por um conformismo cômodo que nos permita continuar a caminhar pela vida da forma mais confortável.
Para muitos, pode ser o momento de procurar um lugar agradável e acolhedor. Viver descontraído num ambiente feliz. Fazer do lar um espaço cativante para ler e escutar boa música. Saborear umas boas férias. Assegurar uns fins de semana bem agradáveis.
Mas, com frequência, é então quando descobrimos, com mais clareza que nunca, que a felicidade não coincide só com este bem-estar. Falta nessa vida algo que nos deixa vazios e insatisfeitos. Algo que não se pode comprar com dinheiro nem assegurar com uma vida confortável. Falta simplesmente a alegria própria de quem sabe vibrar com os problemas e necessidades dos demais, sentir-se solidário com os Pobres e viver, de alguma forma, mais próximo dos maltratados pela sociedade.
Mas há, além disso, um modo de “se instalar” que pode ser falsamente reforçado com “tons cristãos”. É a eterna tentação de Pedro, que pode ser a nossa: “colocar tendas no alto da montanha”. Quer dizer, procurar na religião o nosso bem-estar interior, iludindo a nossa responsabilidade individual e coletiva em conseguir uma convivência mais humana e mais fraterna, sobretudo para os Pobres.
A mensagem do Evangelho de Jesus é clara. Uma experiência religiosa não é verdadeiramente cristã se nos isola dos irmãos, nos instala comodamente na vida e nos afasta do serviço aos mais necessitados.
Se escutarmos Jesus, nos sentiremos convidados a sair do nosso conformismo, romper com um estilo de vida egoísta em que estamos talvez confortavelmente instalados e começar a viver mais atentos à interpelação que nos chega dos mais desprotegidos da nossa sociedade.
O Jubileu dos 400 anos do Carisma Vicentino ajuda-nos nesta reflexão.
Um grande questionamento que deve ser feito: mais do que Celebrações, que com certeza têm o seu inestimável valor, o que as nossas Unidades Vicentinas têm feito de concreto para o serviço dos Pobres, vivendo melhor o Jubileu e desinstalando-nos, em algumas situações, de nosso comodismo?
O bem-aventurado Antonio Frederico Ozanam nos dá um importante exemplo para superar nossas comodidades: “Há duas espécies de assistência, das quais uma humilha os assistidos e a outra os honra. A assistência humilha quando nela não há nada de recíproco... quando os colocais na necessidade, dolorosa para um bom coração, de receber sem poder dar por sua vez... A assistência honra quando acrescenta, ao pão que alimenta, a visita que consola, o conselho que esclarece, o aperto de mãos que levanta o ânimo abatido, quando trata o pobre com respeito, não só como igual, mas como superior, visto que suporta o que nós talvez não aguentaríamos...”
Padre Alexandre Nahass Franco (Congregação da Missão-CM)
Assessor Espiritual do CNB
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