SIMPÓSIO: Catequeses incentivam trabalhos com os estrangeiros

0
2549

ROMA, 13 DE OUTUBRO DE 2017. O segundo dia do Simpósio Internacional da Família Vicentina reuniu os participantes de acordo com os idiomas deles. Brasileiros, moçambicanos, angolanos e portugueses participaram das catequeses juntos. Mais de cem pessoas puderam acompanhar as falas do confrade Eduardo Marques, padre Mizaél Poggioli (Congregação da Missão-CM) e Irmã Alessandra Sousa Oliveira (Filha da Caridade-FC). A última atividade foi a celebração da Santa Missa.

Todas as formações do dia foram um chamado para que os membros da Família Vicentina trabalhem juntos em favor dos Pobres, de forma especial dando apoio a todas as pessoas que foram forçadas a deixar a casa onde moravam, tornando-se forasteiras. Vale ressaltar que apesar do caráter festivo do evento, a principal proposta dele é fortalecer a missão dos membros para que estejam cada vez mais empenhados em projetos de auxílio e promoção dos que se encontram em situação de vulnerabilidade social. O tema é: ‘Era forasteiro e me acolhestes’.

Há vicentinos do Brasil todo participando das atividades do Simpósio Internacional. O Conselho Nacional da SSVP está sendo representado por: consócia Elisabete Castro (primeira vice-presidente), confrade Samuel Godoy (diretor nacional de Comunicação), consócia Márcia Moreschi (vice-presidente da Região V), Leni do Carmo (primeira secretária), Cristiane Nogueira (coordenadora nacional da Ecafo), Ada Ferreira (representante da SSVP no Conselho Nacional da Família Vicentina) e Carlos Henrique David-Kaike (relações Internacionais).

Kaike teve a oportunidade de falar aos membros da Família Vicentina. No pronunciamento, pediu.  “A nossa ação tem que ser em defesa incondicional da causa dos Pobres e dos mais necessitados. O trabalho evangélico de Família Vicentina tem que ser definitivo para os Pobres com ousadia, coragem, determinação e unidade de igreja para, assim, fazermos a transformação nas vidas Deles”. O relações Internacionais do CNB ainda conclamou. “Que possamos, a partir de agora, construir a nova história dos 400 anos, mas uma história em que os Pobres tenham mais vez e mais voz”.

Estrangeiros: da época de Vicente aos dias de hoje

O fenômeno em que as pessoas precisam deixar as regiões de origem, tornando-se estrangeiras em outras localidades, é antigo e, inclusive, faz parte da história da Família Vicentina. O confrade Eduardo Marques, um brasileiro que mora no Paraguai, relembrou durante a catequese que o próprio Vicente de Paulo foi forasteiro. Na primeira vez, quando deixou a casa da família no interior para trabalhar como padre em Paris, uma cidade considerada anticlerical. Depois, ao ser vendido como escravo. Por último, ao criar a Congregação da Missão (Ramo dos padres vicentinos), incentivou que todos os consagrados fossem missionários nos lugares mais distantes do mundo, fazendo deles também estrangeiros.

Na palestra intitulada ‘Acolher o estrangeiro: desafio para a espiritualidade vicentina’, Marques disse acreditar em uma receita para o trabalho efetivo em favor dos sem-teto. “Só existe uma fórmula e ela é muito vicentina: ir ao encontro das pessoas que não têm casa, e escutá-las, passando a entender as histórias delas. Cada um que vive na rua tem uma história e ela é única”. A partir da escuta, o vicentino aponta que a Família Vicentina poderá agir em apoio aos desabrigados.

A história mostra que o próprio Antonio Frederico Ozanam, principal fundador da SSVP, foi estrangeiro quando saiu de Lyon e foi a Paris. Para Eduardo Marques, a criação da SSVP – além de um meio de assistência aos Pobres – consistiu para Ozanam uma forma de reunir os amigos e se sentir protegido da solidão no novo lugar de moradia, como também de se sentir seguro da perseguição cristã da época.

O formador conclamou que os vicentinos deem apoio a todos os estrangeiros que forem pedir socorro a eles. “Não podemos ter medo dos estrangeiros. É preciso entender que do outro lado existe uma pessoa humana que é filha de Deus, e precisa que a gente se abra, e que possamos levar o Espírito Santo que está dentro de nós para dentro desta pessoa. Precisamos vencer a barreira do medo, da indiferença e simplesmente ir e conversar”.

A importância da formação

A segunda catequese do dia teve como palestrante o padre brasileiro Mizaél Poggioli (CM). Ele impeliu os vicentinos a pensarem na importância da formação, seguindo os exemplos de São Vicente e Santa Luísa de Marilac, que criaram escolas para capacitarem as pessoas que iam trabalhar com os Pobres. “Vicente de Paulo entendia que a força da ação e educação deveria ser holística, ou seja, global. Uma formação que pudesse abranger todas as dimensões da pessoa humana. Formação entendida como capacitação para o trabalho, evangelização e dignificação da pessoa humana. Formação para a liberdade e, sobretudo, formação para a libertação dos Pobres”, explica Poggioli.

A consócia Alda Couceiro é a presidente nacional da SSVP em Portugal. Ela concorda com as palavras do padre. “É fundamental viver este ideal de caridade de Vicente de Paulo e estarmos atentos às necessidades dos Pobres. Uma lição importante que tirei é que mais que fazer é importante ensinar a fazer, para que consigamos alcançar o nosso objetivo que é a promoção e integração do sem-teto na sociedade à qual ele tem direito”.

Há no mundo cerca de 260 Ramos da Família Vicentina. Um deles é a Missão Popular, que funciona em Portugal. Arlete Vieira é colaboradora do movimento e aposta também que a formação será importante para motivar os membros, principalmente, para uni-los em favor dos Pobres.

 

Ir ao encontro dos Pobres

A última catequese teve como tema ‘Conferência e Diálogo, o serviço vicentino: a partir daqui… para onde?’. A conferencista era a irmã Françoise Petit, mas em português a tradução ficou a cargo Irmã Alessandra Sousa Oliveira (FC).

A Filha da Caridade explicou sobre o futuro do serviço vicentino. “São Vicente tomou a decisão de amar e servir. Tomemos como exemplo esta missão. Caminhemos à luz do Senhor. O futuro depende da nossa resposta. Somos convidados, como discípulos missionários, a ir ao encontro de todos e todas que estão com fragilidades no corpo, espírito e alma”.

Mudanças

Na Santa Missa, que marca o fim das atividades no segundo dia de Simpósio, o padre José Alves (CM) relembrou que é dever de todos os vicentinos serem líderes animadores dos trabalhos com os Pobres, bem como despertarem a consciência sobre a importância da mudança no trabalho de assistência aos vulneráveis sociais para que eles vivam com dignidade e sejam promovidos.

As atividades do Simpósio serão retomadas neste sábado, quando haverá a audiência com o Papa Francisco.

Fonte: Redação do SSVPBRASIL

Comente pelo Facebook

LEAVE A REPLY