CAMPANHA DA FRATERNIDADE: CCA também combate a violência

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A cada 1h, cinco crianças são vítimas de violência no Brasil

 

A Quaresma é tempo de preparação! É período de conversão e mudança. A Campanha da Fraternidade de 2018 traz como tema “Fraternidade e superação da violência”. Em um mundo sem empatia e escasso de amor ao próximo não existiria tema mais atual para ser abordado. Promover a paz e a justiça é responsabilidade de todos nós.

A violência atinge a sociedade brasileira em todas as suas esferas. Os índices são alarmantes, sobretudo nos últimos anos devido a tantos retrocessos e desmontes de direitos, justificados por essa crise que assola o país.

São corriqueiras as notícias veiculadas nas mídias sobre: assassinatos, suicídios, roubos e furtos, explosão e assaltos a banco, e violências vinculadas à etnia, à religião, ao gênero, à condição social, entre outros.

São vítimas naturais dessa cultura: idosos, mulheres, trabalhadores, negros, índios, imigrantes, emigrantes, jovens e crianças. Essas identidades são alvos frequentes de atos violentos no Brasil.

Com relação à violência sofrida por crianças e adolescentes, de acordo com dados da Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef), as estatísticas apontam um cenário desolador: a cada hora, cinco casos de violência contra meninas e meninos são registrados no país.

De acordo com dados do Governo Federal, as crianças e os adolescentes são os grupos cujas violações de direitos humanos sofridas em 2016 tiveram mais casos denunciados por meio do Disque 100 (Disque Direitos Humanos); das 133 mil denúncias recebidas por meio do canal, 76 mil atendimentos se referem a essa faixa etária. Entre os tipos de violência mais frequentes estão: negligência, violência física e psicológica, abuso e exploração sexual. Esse quadro pode ser ainda mais grave se levado em consideração que muitos desses crimes nunca chegam a ser denunciados.

E o caminho para superar a cultura da violência é cultivar a fraternidade entre as pessoas; é testemunhar concretamente o amor de Deus, é viver verdadeiramente nossa vocação, amando e servindo a Deus na pessoa dos Pobres, abandonados, marginalizados, que em sua grande maioria são as principias vítimas da violência.

Como bem disse nosso amado Papa Francisco na mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz de 2017: “Sejam a caridade e não a violência a guiar o modo em que tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser as protagonistas mas credíveis de processo não violentos de construção da paz”.

Dessa forma, nós, vicentinos e vicentinas, somos chamados a intervir de forma concreta, estimulando ações que nos levem à conversão como uma forma de criar espaços de amor e perdão em todas as esferas da sociedade.

Na nossa amada Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), as Conferências de Crianças e Adolescentes seriam exemplos desses espaços como forma preventiva no combate à cultura da violência, sensibilizando e orientando nossas crianças e adolescentes a viverem verdadeiramente o respeito e o amor ao próximo para a defesa da vida, superação da violência e construção da paz.

Enfim, o resgate do nosso sentimento de fraternidade e pertencimento relativo ao gênero humano na promoção de uma sociedade livre dos muros da injustiça é um passo fundamental. A paz é um fruto da justiça e, para um cristão, a construção de uma cultura de paz é um convite a um reencontro íntimo com a mensagem de Cristo: “Vós sois todos irmãos”.

 

Consócia Fabiana Correia de Lima

Coordenadora de CCA para a Região VI

 

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