Oséias revela o Deus do amor e da misericórdia contrapondo-O com as armadilhas humanas de exploração do povo indefeso. O profeta vivenciou, na experiência conjugal, a mensagem que proclamou. Sua história pessoal ilustrou com profundidade o amor leal que Deus nutre por Seu povo, a despeito da tristeza que a infidelidade produz no coração Divino. Os efeitos daquela sociedade corrompida se fizeram sentir na alma do profeta, e também no seu lar.

Oséias experimentou no peito uma amostra da dor que o Senhor sentia ante a infidelidade de Seu povo. É fato que Oséias vivenciou a mensagem que proclamava. Na infidelidade de sua esposa pôde ilustrar o “adultério espiritual” dos israelitas com o deus Baal (Os 2,8). O Senhor tratava Israel qual esposa amada (Os 2,19-20), mas Israel preferiu buscar os favores e os prazeres de um outro “senhor” Baal. Oséias sentiu na pele o que se passava no coração de Deus.

Percebeu que, assim como Gômer deixou-se seduzir pelos benefícios materiais que poderia obter com sua traição (Os 2,5), Israel trocou seu compromisso com Deus pelos benefícios materiais oferecidos pelos deuses pagãos dos povos ao redor (Os 2,5-9). Apesar de toda a rebeldia, de toda idolatria, Deus não desistiu de amar Seu povo.

Israel havia chegado ao “fundo do poço” e, se não fosse o amor divino, não restaria esperança para eles. O profeta, tendo aprendido a amar segundo o amor de Deus, se dispôs a procurar Gômer e saldar as suas dívidas; resgatou sua liberdade e a trouxe de volta para casa. Gômer perdeu temporariamente seus “privilégios”, mas foi perdoada. (Os 3,2-3). Como anda nossa fidelidade ao amor de Deus?

 

Padre Edson Friedrichsen (Congregação da Missão)

Assessor Espiritual do Conselho Metropolitano de São Carlos

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